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Novo perfil de crimes preocupa as lideranças

Os números mostram que o índice de criminalidade nos primeiros oito meses de 2004 em comparação com o mesmo período dos três anos anteriores recuou em Cascavel, porém percebe-se mudança no perfil das ocorrências. O município passa a ser alvo de criminosos e de quadrilhas especializadas, o que é muito perigoso, informa o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Cascavel (Conseg), José Alexandre Polasek, que participou de reunião quinta à noite na Acic sobre o tema.
A proximidade da fronteira com o Paraguai e Argentina ajuda a explicar o fenômeno experimentado no município e que deve ser combatido com rigor, observa Polasek. “Cascavel passa a registrar de forma mais intensa crimes como seqüestros, arrombamentos, assaltos a empresas e invasão de casas e de apartamentos”, cita, reconhecendo que o município ainda não está preparado para enfrentar o nível de especialização desses criminosos.
O Conseg e as entidades de classe também estão preocupados com a facilidade com que presos e quadrilheiros de alta periculosidade são liberados das cadeias. “Queremos estabelecer um diálogo com o Judiciário para saber os motivos disso e colocar a comunidade à disposição para auxiliar no que for possível e combater uma situação que contribui para elevar os riscos e a sensação de insegurança”, conforme Polasek.
O presidente do Conseg, embora entenda o esforço e o trabalho das polícias Civil e Militar, entende necessário enfrentar o crime de uma forma ainda mais apurada, a partir da investigação e da prevenção. A proximidade do Natal coloca os empresários em alerta, já que oferecer segurança ao consumidor é fundamental para não haver prejuízos à economia local.
Se a sensação de insegurança persistir, os empresários vão buscar parceria com a prefeitura e empresas especializadas e serão, apesar da elevada carga tributária, obrigados a investir em outras formas de segurança, como já ocorre com várias empresas. Cascavel recebeu algumas viaturas do Estado, porém nenhum dos 1.030 policiais recentemente formados em Curitiba será enviado ao município.
Três mil prisões
O comandante do 6º BPM, tenente-coronel Nelson João Casarolli, informou que a Polícia Militar tem, apesar de suas limitações de efetivo, feito sua parte com a prisão de cerca de três mil pessoas entre agosto de 2003 e agosto de 2004. “Mas não se sabe onde estão estes presos”, lamentou. A impunidade e a corrupção nas forças policiais, reconheceu Casarolli, contribui para o atual quadro de criminalidade no Brasil. O 6º BPM tem 640 policiais para uma polícia estimada em 680 mil habitantes – atende 32 municípios do Oeste.
O delegado-chefe da 15ª SDP, Luiz Gilmar da Silva, informou que a situação da Polícia Civil melhorou muito nos últimos meses. Há um repasse mensal de R$ 50 mil para alimentação, combustível e reparos na estrutura do minipresídio e a frota de 27 viaturas é suficiente. São 91 funcionários para Cascavel, considerando o envio de 24 investigadores e de dez escrivães no período de um ano.
Gilmar lembra que o município já foi proporcionalmente mais violento, porém entende que os índices continuam elevados e que o investimento na política técnica é fundamental. A prevenção do crime é um consenso entre as lideranças que debateram o tema quinta à noite na Acic. A presidente da Acic, Susana Gasparovic Kasprzak, considera que há alguns avanços, porém informa que Cascavel precisa de muito ainda para oferecer a segurança cobrada e esperada pela comunidade.
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