Líderes do setor produtivo e autoridades participaram, na tarde de quarta-feira, 28, na Acic, em Cascavel, de reunião com uma das pautas logísticas mais estratégicas para a região Oeste do Paraná. Eles dialogaram sobre proposta de privatização da Ferroeste e seus impactos. O encontro contou com a presença do presidente da Ferroeste, o engenheiro André Gonçalves, que deu detalhes sobe o atual momento e autorização, por parte da Assembleia Legislativa, de desestatização do trecho de 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava.
A Acic, Associação Comercial e Industrial de Cascavel, é uma das entidades que historicamente defendem a Ferroeste justamente devido às suas características estratégicas no transporte das riquezas da região destinadas ao mercado global. O presidente da entidade, Siro Canabarro, informou, durante a reunião, que há preocupações pontuais que precisam ser consideradas.
Conforme Siro, a privatização da Ferroeste não deve ser abordada isoladamente sem antes resolver problemas relacionados à infraestrutura ferroviária do Estado, principalmente de Guarapuava ao Porto de Paranaguá. A Acic destacou que o atraso no transporte de cargas entre Cascavel e o litoral, que pode levar até sete dias, é causado por gargalos na Serra da Esperança, localizada em Guarapuava, no perímetro urbano de Curitiba e na descida da Serra do Mar.
Esses problemas, segundo Siro, são críticos e precisam ser resolvidos para garantir a eficácia da privatização. Os empresários também manifestaram preocupação com o edital de privatização, sugerindo que desestatização da Ferroeste deve ser antecedida de uma análise e solução dos problemas na Malha Sul, que afetam o trecho a partir de Guarapuava em direção ao porto.
A associação comercial, conforme o presidente Siro, tem receio de que a falta de solução a esses gargalos possa impactar negativamente o processo de privatização e a operação futura da ferrovia. Outro aspecto debatido foi a possibilidade de desvincular a Ferroeste da Malha Sul, uma medida que a Acic e outras entidades entendem que poderiam facilitar uma abordagem mais eficaz para a privatização e operação da Ferroeste.
A entidade manifestou interesse, como faz ao longo da trajetória da Ferroeste, de acompanhar de perto o estudo que será conduzido pela Ernst & Young, que se encarregará de propor soluções à privatização.
Legenda: Reunião na qual a privatização da Ferroeste foi debatida, na Acic, em Cascavel
Crédito: Assessoria