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Além de aliada do caixa das empresas, ESG é estratégia para salvar planeta

O estilo de vida pós-moderno lança 163 milhões de toneladas de carbono diariamente no meio ambiente. Em 2022 foram 37,5 bilhões de toneladas, recorde que aciona todas as luzes de alerta possíveis de que a humanidade precisa agir rápido para evitar um cenário devastador nas próximas décadas. É disso, e sobre o ESG como aliado do clima e da economia, que falou terça à noite na Acic a empresários, líderes e acadêmicos a jornalista Rosana Jatobá dentro do ciclo de palestras da CBN.

O recorde de emissões de 2022 se deve a inúmeros fatores, mas principalmente é consequência dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e do retorno da Europa a utilizar matrizes sujas para ter acesso a energia. “Estamos próximos da linha sem retorno, de onde não será mais possível retroceder e tentar corrigir as falhas que levam ao atual estágio de desequilíbrio ambiental”, alertou Rosana. A Terra já aqueceu 1,1 grau e a meta é não deixar que chegue a dois. Se continuar aumentando como está, a previsão é que a temperatura suba 4 graus.

Caso o panorama mais aterrador se confirme, então o nível dos oceanos poderá subir até 60 metros. Haverá degelo em montes, derretimento de geleiras, furacões mais intensos, perda de biodiversidade, secas, enchentes e incêndios florestais. Atualmente, há um milhão de espécies sob ameaça de extinção, disse a jornalista, que apresentou caminhos para a reversão do quadro. E as mudanças não se limitam ao governo e a cada ser humano do planeta, mas principalmente às empresas. As 200 maiores superam o PIB dos países, por isso é fundamental que elas se integrem às métricas do ESG.

O capitalismo verde muda o conceito de que o lucro deve ser divido apenas ente os acionistas de uma corporação. Todos os elos da cadeia produtiva precisam ser recompensados. As empresas começam a ser medidas pelo seu compromisso com o planeta, se fazem uso racional de recursos naturais, se adotam programas que primam pelas florestas em pé, se adotam planos de descarbonização e se trabalham pela eficiência energética.

O Brasil tem 86% de sua matriz elétrica limpa, mas recicla apenas 4% dos 80 milhões de resíduos que produz todos os anos. Na observação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, da ONU, o País está na posição 53. E, caso seguir no ritmo atual que é considerado insatisfatório, apenas em 2090 atenderá aos propósitos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.

Todavia, o Brasil tem um trunfo: 60% do país é coberto por florestas e 98% delas são naturais, o que faz dele um grande player em exportação de créditos de carbono. A expectativa dos especialistas é que, com o ESG, sejam movimentados US$ 53 trilhões até 2025 e gerados 45 milhões de empregos por ano. Rosana informou que é cada vez maior o número de empresas integradas ao ESG, que requer mudanças significativas no que se refere a práticas ambientais e de racionalização, de respeito aos direitos humanos e trabalhistas, de igualdade de oportunidades, de inclusão e diversidade, de conduta corporativa, auditorias e práticas anticorrupção.

Há empresas que fazem de conta que estão no capitalismo verde, observou Rosana, apontando ferramentas e cuidados necessários para saber quem, de fato, está integrado às métricas e posturas que o sistema disponibiliza. A jornalista falou também da nova geração de consumidores, da busca de propósitos e da observação de práticas sustentáveis. “Quem não se adaptar a essas mudanças e contribuir de verdade para a preservação do planeta terá dificuldades de seguir produzindo e existindo”, disse ela.

 Legenda: A jornalista Rosana Jatobá apresentou números e falou do sistema ESG

Crédito: Assessoria

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