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Como vender mais na era do consumidor multicanal

Era só uma questão de tempo para que a revolução multicanal criasse os seus desdobramentos, lançando raízes também no mundo dos negócios. Um dos efeitos dessas novidades no mundo da informação e da comunicação está na construção de um novo consumidor, que, diferente do cliente tradicional, move-se com olhar mais crítico e exigente na contínua busca por experiências.

É disso que falou na noite de quinta-feira, durante a sétima edição do Fórum Empreender, o mestre em Administração Estratégica, publicitário com 28 anos de experiência em planejamento, gestão e programas de comunicação Rodrigo Rodrigues. O consumidor multicanal, que adquire o que precisa dos mais diferentes lugares físicos e plataformas digitais, compra mais do que aquele acostumado a um só canal.

Devido à pandemia e à aceleração de tecnologias que ela promoveu, esse novo consumidor espera, em toda experiência de aquisição, ser atendido e comprar com facilidade, agilidade e sem fricção. “Ele espera do empresário, na loja física, o mesmo tratamento do digital. Ambiciona, inclusive, que o lojista o oriente e antecipe as suas vontades”, apontou Rodrigo. O publicitário informou que há significativo potencial de consumo na nova classe média, formada por pessoas da C pertencentes a famílias com renda mensal de até R$ 5 mil.

A nova classe C representa 90% do universo da população do País e tem quase metade do poder de compra dos 215 milhões de brasileiros. Rodrigo deu um exemplo prático do que ocorre nos últimos anos no Brasil: a cada R$ 100 que um pai da classe A ganha, seu filho ganha R$ 11; e para cada pai da classe C que recebe R$ 100, seu filho recebe R$ 53. Da classe A, 10% dos filhos estudaram mais que os pais. Já na C, 68% dos filhos estudaram mais que os seus genitores.

O que ele busca?

Mas o que esse novo consumidor quer, perguntou Rodrigo. Que respondeu: relacionamento, clareza, didática e transparência, identidade e parceria, e preço justo. Por sua vez, a nova classe C procura inclusão, pertencimento, vantagens e razões concretas, o comprador é mais fiel e solidário e tem orgulho do desconto. Então ele citou uma frase famosa que diz: “A classe C prefere ser a mais rica entre os pobres do que a mais pobre entre os ricos”.

Rodrigo traçou o perfil também da geração Z (nascidos entre 1996 a 2010), formadora de um novo universo de consumidores muito diferente dos anteriores. São pessoas que passam em média 10 horas por dia conectadas à internet, em vez de acumular bens preferem experiências e sempre procuram propósito, por algum sentido no que fazem. O marketing, segundo o publicitário, deve ser utilizado como uma ferramenta de percepção, que permite ao empresário se perguntar o que ele tem feito diferente da concorrência.

Inovação

Inovação não é sobre tecnologia foi o assunto apresentado pela doutoranda em Engenharia Química, gerente de Gestão Estratégica de Processos e consultora em Gestão da Inovação para a Indústria Tatiany Barbiero Tomimitsu. Tatiany abriu sua apresentação com uma fotografia de 1998. Ela mostrava uma mesa de escritório abarrotada de coisas, de telefone a fax. E outra de como ela é hoje, na qual tudo aquilo se resume a um computador portátil ou a um celular. “A tecnologia não dita a mudança, a transformação está na adesão à tecnologia”, ela informou.

Um dos grandes desafios atuais, conforme Tatiany, é implementar as novidades no ambiente das organizações. E ela enumerou razões pelas quais empresas, principalmente as maiores, costumam ruir: excesso de confiança, busca indisciplina por mais, a negação de riscos e perigos, a luta desesperada pela salvação e a entrega à irrelevância e à morte. A tecnologia, segundo Tatiany, é um meio para que a inovação aconteça e o acesso a um novo mundo de possibilidades passa também pela transformação das pessoas.

A abertura do 7º Fórum foi feita pelo presidente da Acic, Siro Canabarro, e pelo diretor do Empreender, Fernando Maia, que ressaltaram a importância de debater temas sempre conectados à realidade das pessoas e das empresas. O Fórum foi realizado em parceria com o Grupo Ric.


Legenda: Rodrigo Rodrigues falou sobre mercado e novo consumidor

Crédito: Assessoria
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