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Mundo seguirá favorecendo a economia do Brasil, diz Megale

Por mais 12 a 18 meses, as atuais circunstâncias mundiais vão seguir favorecendo a economia brasileira. Quem afirma é o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, que participou de encontro com empresários na noite de terça-feira, na Acic. Megale foi convidado para falar sobre Cenários e perspectivas para a economia em 2023. Economista desde a década de 1990, Caio chegou a integrar a equipe do ex-ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Caio esteve em Cascavel a convite da Center Investimentos.

A perspectiva de continuidade de demanda elevada por commodities, principalmente, vem da recente decisão dos governos da China e da Índia, dois grandes importadores de alimentos, de reabrir suas economias depois de rigorosos fechamentos de suas fronteiras feitos em razão da pandemia do coronavírus. “Isso ajudou o Brasil a crescer nos últimos anos e essa condição seguirá por mais um tempo”, disse Megale, reconhecendo, no entanto, que há pouco espaço para o real se desvalorizar ainda mais.

Devido à sua forte característica agropecuária, o Oeste do Paraná também se beneficiará da elevada procura por commodities e pelos preços terem se estabilizado, nesse momento de acomodação, 40% acima do que estavam no período de pré-pandemia. Caio voltou três anos no tempo para traçar o panorama apresentado durante a reunião. Ele falou dos impactos da pandemia nas economias de todo o mundo, que levaram ao distanciamento social e à transferência de renda do setor público ao privado, como aconteceu nos Estados Unidos, Europa e Brasil.

Houve aumento no consumo e, diante das condições excepcionais, falta de produtos, preços mais altos e agravamento da inflação. Fazia décadas que algumas economias não tinham inflação tão elevada, como a de dois dígitos que surpreendeu os norte-americanos. A reabertura levou à adoção de medidas para combater os efeitos colaterais, entre elas a elevação das taxas de juros. O pé no freio segura o consumo e aumenta os índices de desemprego, a exemplo do que ocorre no Brasil. Mas, aos poucos, conforme Megale, as coisas estão se ajeitando. Sobre um possível agravamento da guerra, o economista tranquilizou ao afirmar que Rússia e Estados Unidos se provocam há décadas.

Arcabouço

Com o controle de outros efeitos colaterais, a exemplo da falência de alguns bancos nos Estados Unidos e Europa, há espaço para recuo do dólar e isso é bom para as economias emergentes. “O Brasil foi um caso à parte nessa situação toda. Cresceu durante a pandemia e, surpreendentemente, seguiu expandido seus indicadores depois dela, resultado de inúmeros ajustes importantes dos últimos anos como reformas e mexidas no papel do BNDES”. Megale falou da dívida pública e dos motivos que levaram à criação do teto de gastos pelo governo.

Os receios das falas do presidente Lula, para quem o teto é bobagem, foram amenizados com o arcabouço fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A promessa da redução escalonada do déficit público e de redução de despesas agradou o mercado. Mas há preocupações: para o plano do governo dar certo, o PIB terá de crescer 2,5% ao ano e as reformas do consumo e da renda precisam sair do papel. Todavia, com a ajuda do cenário internacional e a acomodação do consumo interno, a taxa de juros deverá cair lentamente a partir do segundo semestre, disse Caio Megale.

Legenda: Caio Megale, que chegou a integrar a equipe do ex-ministro Paulo Guedes, terça à noite na Acic. Ao lado, o presidente Genesio Pegoraro

Crédito: Assessoria

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