A
relação do Exército com a defesa das fronteiras e com o desenvolvimento do
Oeste do Paraná é muito mais antiga e determinante do que a grande maioria das
pessoas pode supor. “O Exército é protagonista do desenvolvimento dessa região,
a exemplo do que ocorre em todo o Brasil”, disse na manhã desta quarta-feira,
durante reunião de diretoria da Acic, o General Marcos Americo Vieira Pessôa,
comandante da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada.
A
Brigada, com todas as suas unidades que cobrem parte considerável do território
paranaense, é responsável por injetar cerca de R$ 400 milhões por ano na
economia regional. “O
Exército, além de sua importância para o processo de desenvolvimento econômico
do Oeste, tem forte conexão com a história da região, principalmente devido ao
pioneirismo da presença dele, e também é fundamental ressaltar a integração de
nossas unidades com a comunidade que forma essa parcela do território do
Estado”, pontuou o General Americo.
“Temos
uma grande dívida de gratidão com o Exército Brasileiro. Se não fosse por ele e
pela sua atuação, o Oeste do Paraná não seria nosso. Ele é responsável pela
transformação das comunidades nas quais atua e dá imprescindível colaboração ao
processo educacional de nossos jovens, que são formados para ser cidadãos
honrados e defensores da pátria”, disse o presidente da Coopavel, o Amigo do
Exército, Dilvo Grolli. “A Acic, os empresários e a população do Oeste têm o
Exército na mais elevada estima por tudo o que representa ao País e aos
brasileiros”, citou o presidente da associação comercial, Genesio Pegoraro.
Linha
do tempo
O
General Americo apresentou uma linha do tempo que mostra a participação e a
presença do Exército, no interior do Paraná e no Oeste, há mais de 200 anos.
“Nossas forças chegaram a partir dos anos de 1700, quando os portugueses se
estabeleceram em Curitiba”. A primeira expedição ao interior ocorreu em 1768 e
um ano depois outra alcançou a fração conhecida por República Del Guairá, hoje
o município de Guaíra, na divisa com o Mato Grosso do Sul. Em 1810 foi
implantado o Fortim do Atalaia, de onde se originou o município de Guarapuava.
Setenta e
dois anos depois foi criada a colônia militar do Chopin, no Sudoeste – apenas a
partir da década de 1970 é que houve a separação geográfica conhecida como
Oeste, Sudoeste, Centro-Sul, e outras do Paraná. Também em 1882 aconteceu a
instalação da colônia militar de Foz do Iguaçu. “Quando o Exército chegou ao
Extremo-Oeste não havia a presença do Estado brasileiro”, recordou o comandante
da 15ª Brigada. Em 1902, a região recebeu o então General Rondon (que ficou
conhecido como Marechal Cândido Rondon), que esteve em Catanduvas, onde foi
instalada a primeira linha telegráfica do Oeste, a única ligação então existente
com o Brasil. Ali, 22 anos depois, seria ponto determinante para o fim da
Revolta de 1924.
No ano de
1932 foi criada a unidade militar de Foz, transformada então em Companhia
Independente de Fronteira e em Batalhão de Fronteira. Quinze anos mais tarde o
Exército implantou um Destacamento de Fronteira em Guaíra. Em 1965 surge a
Companhia de Infantaria, em Apucarana, e cinco anos mais tarde o Grupo de
Artilharia de Campanha em Guarapuava. Em 1971, é criado o 2º Grupamento
de Fronteira que, transferido para Cascavel, torna-se o embrião da 15ª Brigada,
consolidada em 1980.
O 33º
Batalhão de Infantaria, sediado em Jaguarão, no interior do Rio Grande do Sul, foi transferido para Cascavel em 1982 e em 1988 aconteceu a inauguração do 15º
Blog (Batalhão Logístico). Mais recentemente, no ano de 2017, ocorreu a
implantação da Companhia de Comunicações Mecanizada. O General Americo citou
outras contribuições importantes do Exército ao Oeste e ao Paraná. Em 1940, o
Correio Aéreo Militar atendia Cascavel (não havia Força Aérea ainda); em 1944 o
Exército aprimorou a rodovia BR-277; em 1950 fez o mapeamento do território do
Estado e em 1990 construiu a Ferroeste, um sonho alimentado há mais de cem
anos.
Vanguarda
O General
Americo destacou que a 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada faz parte do
processo de transformação do Exército, para adaptar a força militar aos
desafios do século 21. A 15ª Brigada participa de dois relevantes programas
estratégicos do Exército, tendo sido pioneira no recebimento do Guarani (veículos
blindados) e estando em vias de ser integrada ao Sisfron (Sistema de Integração
de Monitoramento da Fronteira). Entre seus atuais vetores de atuação, estão
Força de Prontidão (para defesa da soberania e fronteiras), Apoio a Órgãos
Internacionais (certificado pela ONU) e Operações em Faixa de Fronteira.
Legenda:
General Americo, o presidente da Acic, Genesio Pegoraro, e o presidente da
Coopavel, Dilvo Grolli
Crédito: Assessoria