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Cortella: A pessoa não pode se contentar com o possível

cortella_siteO pensador Confúcio foi a primeira das referências que o filósofo e professor universitário Mario Sérgio Cortella empregou para indicar as atribuições do líder na difícil arte de liderar. O chinês que morreu no ano 479 antes de Cristo foi o primeiro a aprofundar as noções do dever, que para o líder reside inicialmente na constante luta em abandonar a mediocridade. O medíocre é aquele que não se compromete, aquele que não faz o que pode, que não é nem quente nem frio, é morno, definiu Cortella.
As pessoas vieram ao mundo para fazer o melhor e não o possível. Usar o possível como desculpa é economizar afeto e o melhor, para liderar com grandeza e eficiência, é assumir compromissos, é envolver-se sinceramente com sua equipe, com o bom e com o belo. O filósofo citou o escritor brasileiro Guimarães Rosa para reforçar o que muitos sabem, porém poucos praticam: "É junto dos bons que se fica melhor". O verdadeiro exercício de liderar está na atitude de superação do óbvio, que inibe a criação e promove a repetição como finalidade.
Um ditado latino decreta que o impossível não é um fato, é simplesmente uma opinião. Cortella citou o exemplo de um diálogo que Barak Obama, o presidente dos Estados Unidos, teve aos dez anos com a avó. O menino disse que queria quer presidente do seu país. A avó, com toda sua sabedoria e experiência, disse que se esse era o seu sonho ele deveria estudar muito, trabalhar muito, ser correto e determinado. Ela preferiu o incentivo em vez de dizer que aquilo seria uma loucura, principalmente a um menino negro, com nome muçulmano e que nascera no Haiti.

Adjetivo
Para Mario Sérgio Cortella, Steve Jobs, o fundador da Apple, é um dos melhores casos modernos de empreendedor que supera o óbvio. Quem poderia imaginar, ressaltou o filosófio, que um dia chegaria ao mercado uma máquina tão fascinante como o tablet, que responde à interação pelo toque na tela e que oferece uma série de opções de aplicativos e facilidades ao usuário. O que se busca entre melhor e possível é que o primeiro, e não o segundo, seja o adjetivo de qualquer ação ou projeto. Ele citou as virtudes do otimista, que ao se assumir assim precisa enfrentar desafios contínuos. E também a comodidade de ser pessimista, que se senta e espera o pior acontecer.
O advogado Paulo Freire conquistou o respeito do mundo como educador. Era um homem humilde, porém jamais subserviente. Ele defendeu suas convicções com tanta força que chegou a ser exilado. Entretanto, é o brasileiro com o maior número de títulos de honoris causa do mundo, 41. Sozinho, ele conquistou mais que o segundo, terceiro e quarto mais premiados juntos. O pior em uma pessoa é quando finge ser modesta, que não agradece com um obrigado pelo elogio recebido. "O líder não pode admitir falsa modéstia e bajulação em lugar de compromisso e dedicação". É comum aos grandes acolher a discordância respeitosa, porque ele sabe que esse é um poderoso instrumento de crescimento.
Em duas frases, Cortella resumiu a essência humana: o grande sabe que é pequeno e sempre procura com humildade melhorar para crescer; o pequeno pensa que é grande e só entende que cresce diminuindo a outra pessoa. Liderança, de acordo com ele, não é um dom, as pessoas não nascem com ela. "É, acima de tudo, o desenvolvimento de algumas virtudes". Ela é circunstancial, porque não é possível liderar tudo, de todos os modos e ao mesmo tempo. As empresas antenadas às mudanças estão diversificando seus quadros, unindo a habilidade digital das novas com a experiência e a paciências das antigas gerações. Por isso, no primeiro semestre de 2011 a abertura de vagas a pessoas com mais de 50 anos cresceram 50% no Brasil.

Competências
Cortella encerrou o encontro com a apresentação de cinco competências que considera oportunas e necessárias a qualquer pessoa: abrir a mente em um mundo de velocidade, elevar a equipe, inovar a obra criando e dando vitalidade ao antigo, recrear o espírito e empreender o futuro, fazer em vez de esperar que aconteça. "Mesclar pessoas, conhecimentos, habilidades e experiências é um dos diferenciais das empresas modernas", afirmou.

Legenda da foto: O filósofo e professor Mario Sérgio Cortella: uma hora e meia que valem por uma vida - Crédito: César Machado/Vale Press


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