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Marcos Pontes: "Com perseverança, o sonho pode levar longe"

astronautasO único brasileiro em mais de 510 anos de história a ver a Terra do espaço deu uma lição de caráter, de conhecimento e principalmente de humildade durante a última das quatro palestras do Conexão Empresarial 2010, na noite de quarta-feira na Fag, em Cascavel. Marcos Pontes apresentou fragmentos de uma história de 47 anos e de nove milhões de quilômetros. Ele lançou luz sobre trechos da dura caminhada de um menino que nasceu em família pobre e se credenciou, pela competência e habilidades, a ser o primeiro de uma nação inteira a carimbar passaporte para uma viagem ao espaço.
O sucesso está ligado a algumas condições essenciais, segundo o astronauta: o que somos, o que fazemos e o que temos. "As coisas não acontecem de uma hora para outra e é preciso determinação, trabalho duro e, acima de tudo, perseverança para transformar sonho em realidade", afirmou. O êxito pessoal e profissional está associado também a boas escolhas e a valores dignos. Para vencer é preciso definir sua missão de vida, entender suas emoções, ter atitudes corretas e adotar uma estratégia para o sucesso. "Nada vem de graça e sorte não define o sucesso de um e o fracasso de outro. O que determina é estar bem preparado".
Marcos Pontes nasceu em Bauru, interior de São Paulo, e é filho de um servente e de uma escriturária. O dinheiro era mínimo para alimentar o sonho de ser piloto de avião. O caminho começou cedo, quando ainda menino decidiu entrar para o Senai e ganhar meio salário mínimo trabalhando em consertos de velhas locomotivas. "Diziam-me que ser piloto era coisa para filho de rico, que eu deveria procurar outra coisa. Mas protegi meu sonho dos outros e principalmente de mim".

Conselho
Um conselho de dona Zuleica, foi determinante para que o filho Marcos Pontes chegasse ao espaço: "Você vai ser o que quiser na vida desde que estude, trabalhe, persista e faça mais do que as outras pessoas esperam de você". Jamais se pode esquecer do objetivo e se deve estar preparado para os sacrifícios que a conquista exige, que são muitos, disse o astronauta. Depois de passar em exames duros em escolas de aviação militar em Pirassununga e no ITA, onde se graduou em engenharia aeronáutica, Pontes foi convidado para fazer mestrado e doutorado nos Estados Unidos.
Durante o doutorado ele recebeu a informação de que a Agência Espacial Brasileira havia aberto concurso para a seleção do primeiro astronauta do País. Mesmo com medo e pouco confiante, Pontes se inscreveu e foi selecionado entre dezenas de candidatos. O anúncio da escolha veio com uma pergunta: "Você está preparado a uma vida de sacrifícios e até mesmo ao risco de morrer pelo seu país se for preciso?". Marcos Pontes não pensou duas vezes em dizer que sim.
Os treinamentos começaram em 2000 e seis anos depois ele foi ao espaço em uma missão em parceria com a Rússia. Para isso, precisou aprender russo em três meses e conhecer todos os sistemas e comandos da Soyuz, a nave preparada para a missão, em apenas cinco meses. Pontes também informou sobre as sensações que o espaço e a gravidade provocam e garantiu que, apesar de três sequelas que herdou com a missão, faria tudo de novo. O Brasil será verdadeiramente grande, afirmou o astronauta, quando ser professor tiver o reconhecimento de principal profissão nacional.

Legenda da foto: Marcos Pontes durante palestra a mais de 700 pessoas no auditório da Fag - Crédito: Divulgação

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