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Nassif traça cenário de otimismo ao Brasil

Somente uma grande tragédia poderá ter força suficiente para tirar o Brasil de um seguro trilho de crescimento que começou a ser lentamente fundido em 1982, ainda no governo do então general João Batista de Oliveira Figueiredo. A opinião é do jornalista econômico Luís Nassif, que na noite de quarta-feira, 2, abriu o ciclo de palestras Conexão Empresarial 2009, organizado pela Uniacic, a Universidade Corporativa Empresarial. Otimista, Nassif diz que o Brasil caminha com passos decididos para somar forças entre o time das principais nações do planeta. A revolução tem origem a partir de um grupo de empresários e especialistas que viajou a países desenvolvidos para conhecer alguns de seus segredos. O mais precioso dos subsídios é a adoção de programas de qualidade, que a partir de então foram disseminados por todo o Brasil. Nassif, jornalista experimente com 39 anos de carreira, admite que poucas coisas ainda o impressionam. Uma delas é poder constatar no mapa de indicadores nacionais que há várias regiões, em todo o território, com índices de crescimento acima da média. “Seria muito melhor que a grande imprensa, em vez de um escândalo por dia, mostrasse os efeitos e reflexos desse fenômeno admirável”, recomenda o jornalista, prevendo que o Brasil será potência independentemente de quem chegue ao poder. “Escândalos sucessivos são coisa para pegar trouxa. Os jornalões, agindo assim e já sem a mesma força de antes, esquecem de mostrar as verdadeiras transformações nacionais. Mesmo se o próximo presidente for péssimo, o País ainda seguirá no azul”. Esse jogo de parte da mídia e também ainda comum no Congresso alicerçam um modelo arcaico, que não combina mais com o Brasil do presente e muito menos com o do futuro. Nassif define que a economia somos nós, todo aquele que consome e produz, as cidades e regiões que se unem em torno de avanços comuns, como o Oeste do Paraná demonstra fazer. O ex-presidente Fernando Collor de Mello, conforme o jornalista, deu enorme contribuição para a construção de um país diferente. Apesar dos problemas daquele governo que levaram ao impeachment, Collor abriu o Brasil ao mundo, à modernidade, a um novo tempo industrial. A partir desse momento, as empresas ampliam seus conceitos de gestão, de organização e de busca de qualidade. A regra passou a ser de que o conhecimento precisava ser espalhado para todos ser eficientes. O mundo firma um pacto pelo meio ambiente, do qual o Brasil também deve participar e com status de liderança. Luis Nassif entende que o processo de utilização dessas riquezas, incluindo a Amazônia, precisa ocorrer, mas de forma racional e equilibrada. “A Amazônia hoje no mundo é uma marca tão ou mais conhecida que a própria Coca Coca”. A expansão do agronegócio, com grupos brasileiros comprando gigantes no exterior, e as políticas sociais também contribuem a compor uma onda de fatores favoráveis, conforme o conferencista, jamais vistos na história brasileira. O salário mínimo em recuperação e o Bolsa Família, que integra 11 milhões de famílias, são fortes indutores de crescimento. “Eles movimentam a economia e fortalecem principalmente a agricultura. Milhões que mal tinham o que comer, agora fazem duas, três refeições por dia”. A associação do programa com a frequência à escola consolidará o processo da transformação do Brasil de país para nação, conforme Nassif. Ele citou também o SUS, Sistema Único de Saúde, que embora criticado garante atendimento de qualidade moderada à população. A China, apesar do crescimento monstruoso de seu PIB, não conta com redes integradas para atacar problemas sociais. O Brasil segue firme o caminho das inovações tecnológicas, da flexibilização de seus negócios e do fortalecimento de outras formas de associativismo, como o de crédito. As crises sérias que o País enfrentou, mais que lições, permitiram saltos gigantescos, que outras nações precisaram de décadas para conquistar. “Há ainda muitos desafios, reconhece, como definir uma política consistente de câmbio e criar novas regras para o capital especulativo, a fim de fazer com que não fiquemos reféns do mercado. O Brasil pegou”, decreta Nassif.
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