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Rondon/Toledo

Duplicação pode parar em 4 meses por falta de dinheiro

 

        

A região vai mais uma vez precisar se unir e pressionar seus representantes e governo para que uma obra há muito aguardada e fundamental para o Oeste e para o Brasil não pare - a duplicação de 38,9 quilômetros da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon. Esse foi o recado que deu ontem, durante reunião na Acic em Cascavel, o superintendente no Paraná do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), José da Silva Tiago. “Estou fazendo tudo o que posso para conseguir dinheiro, mas se o cenário não mudar terei em quatro meses que emitir termo de paralisação”, lamentou Tiago.

O superintendente fez uma retrospectiva para explicar a diretores de entidades produtivas, prefeitos e empresários os motivos que podem levar à suspensão. A BR-163, com mais de 3,2 mil quilômetros, é a principal artéria de conexão entre estados do Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Ela é responsável por transportar fatia significativa de riquezas e em trechos no Oeste, como no que está em questão, o tráfego diário chega a ser superior a 10,2 mil veículos. O movimento elevado gera acidentes e mortes, além de tornar o escoamento menos ágil do que poderia. Caciopar e outras entidades defendem a duplicação há muito. O Dnit/PR, sensibilizado, passou a investir no projeto e dois trechos foram licitados.

O governo contratou 38,9 quilômetros entre Rondon e Toledo e 74 entre Cascavel e Marmelândia, no interior de Realeza. Os trechos somam 112,9 quilômetros, com custo global de R$ 885,5 milhões. O início das obras entre Rondon e Toledo foi em outubro de 2015. Nessas fases iniciais são realizados trabalhos de drenagem, terraplenagem e pavimentação em 21 quilômetros. Mais de R$ 23 milhões dos R$ 306,5 milhões do contrato, ou 8% do total, já foram aplicados no empreendimento.

No ano de 2015, a bancada de deputados federais do Paraná garantiu repasse de R$ 150 milhões à obra, mas para 2017, em vez de priorizar a duplicação, os parlamentares destinaram os recursos de emenda à compra de implementos agrícolas repassados a prefeituras.

R$ 19 milhões

Sem um único centavo no orçamento de 2017 para a obra em andamento, Tiago passou a fazer peregrinações e encontros com deputados, técnicos e o próprio ministro dos Transportes, Maurício Quintela. Com os parlamentares, o superintendente conseguiu R$ 4 milhões e com o ministério, por meio de remanejamento de recursos do PAC, serão destinados R$ 15 milhões. Entretanto, a necessidade de recursos para as obras previstas para este ano é de R$ 60 milhões. “O que estamos viabilizando garante a continuidade da operação por apenas mais quatro meses. Por isso, o Oeste precisa se mobilizar e conseguir mais”, afirmou Tiago.

Mobilização

O presidente da Caciopar, Leoveraldo de Oliveira, diz que a duplicação da BR-163 é uma das prioridades da entidade e que ela, ao lado de outras forças do setor produtivo, já iniciam movimento para pedir à União recursos para que a obra não pare. “Essa é uma rodovia movimentada e um corredor de escoamento de riquezas importante para o Brasil. Vamos fazer de tudo para mostrar ao governo federal que a possível paralisação trará muitos prejuízos”, afirma. A duplicação tem como propósito principal a redução de acidentes e mortes.

Outros projetos

José da Silva Tiago respondeu a questionamentos sobre outras obras reivindicadas pela região. Falou sobre o início de trabalhos em breve do contorno de Guaíra e da duplicação já licitada do Contorno Oeste, entre as BRs 163, 277 e 467. O superintendente falou ainda do Contorno Norte, em Cascavel. O Departamento faz estudos há cerca de cinco anos da ligação entre a 277 e a 369. A obra chegou a estar contemplada no PAC 3, mas o programa não avançou. Técnicos executam o anteprojeto daquela que, segundo Tiago, será a melhor solução para desafogar o trevo Cataratas, conectando-se, mais tarde, ao Contorno Sul, ligando a 277 e a 163.

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