Notícias


Imagem Notícia

Conexão: A crise é uma oportunidade para crescer

Quem dedicou uma hora para ouvir as palavras do consultor e escritor Gilclér Regina, na noite de terça-feira no Anfiteatro Emir Sfair, durante a oitava edição do Conexão Empresarial não se arrependeu. Gilclér é o tipo de pessoa que fala verdades sem machucar, daquelas que têm o dom de mostrar o erro e de provocar no outro a humildade de refletir e de querer mudar. Ele falou de crise, mas principalmente das possibilidades que os momentos de provações abrem nas vidas profissional e pessoal de cada um.

Um simples traço da personalidade poder definir entre o sucesso e o fracasso de qualquer projeto. A soberba não vende e a humildade quebra paradigmas, disse Gilclér. “Em todo o percurso da vida, construímos caminhos. A diferença das direções alcançadas depende das escolhas que fizemos”, ressaltou.

O mundo pós-moderno coloca a tecnologia em grau de igualdade com as pessoas, entretanto a máquina não sorri e não fecha negócios, afirmou o consultor. “Entretanto, ninguém vive sem as comodidades da tecnologia, e é imperativo que os diálogos sejam cultivados”. O ser humano, lembrou Gilclér, é o único produto que não nasce pronto. E a educação é uma herança que não se traz do ventre.

O outro

Para ser um bom vendedor, um dos aspectos mais importantes, além de vender preço e entender do produto, é conhecer de gente. É entender o outro. Vence na crise quem mantém o foco, tem atitude e se adapta criativamente à circunstância. “Quem cria a crise é o governo, mas quem a alimenta é o povo”, afirmou Gilclér para apresentar a melhor definição de governo que já encontrou: “Se deixar o governo administrar o deserto do Saara, em cinco anos vai faltar areia”.

A crise é um instrumento para entender e para jogar o jogo. Ela obriga a promover ajustes e traz certos setores de volta à realidade. Uma das dicas mais importantes do consultor e autor de livros de sucesso que já palestrou para mais de um milhão de pessoas é não se deixar abater pela falência motivacional, que é aquela que já ocorreu muito anos da data de fechamento de uma empresa ou de encerramento de um projeto.

A percepção é uma moeda forte na sociedade do consumo. “Às vezes, algumas pessoas têm nas mãos, na frente ou do lado delas, verdadeiros diamantes e só percebem isso quando os perdem”.

Enfrentar

O norte-americano San Walton, fundador da rede Wal-mart, foi citado por Gilclér Regina dentro de um contexto dos mais familiares no Brasil: “Dizem que o país está em recessão. Fiz uma reunião com a minha diretoria e resolvermos não participar. A crise ensina a mudar de hábitos e a adotar novas posturas, muitas delas no campo da humildade. “A dor ensina mais do que o amor, mesmo sabendo que o amor é o grande ideal da vida”, disse o fundador da Microsoft, Bill Gates.

Gilclér informou que a crise tem ainda outra virtude. Ela é desconfortável e as pessoas gostam de se sentir confortáveis, por isso querem voltar à comodidade. O consultor assegurou que não existe empresa apta a enfrentar momentos de dificuldades tão severos, e sim que há pessoas aptas para conduzir os negócios em momentos de turbulência. “A crise, por fim, pode ser agravada ou resolvida, depende da reação de cada um”. Quem ganha a vida com vendas, conforme o consultor, precisa ser 100% vendedor, mas também 100% humano.

Atitude

O mundo e a vida são feitos de escolhas, e se há soluções para o problema, por que as pessoas se preocupam, questionou Gilclér Regina. A atitude, observou ele, responde por 85% dos resultados e o restante depende da técnica e do conhecimento. Um bom vendedor precisa reunir, entre outras virtudes, paciência, disciplina, bom-humor e criatividade.

O principal dos desafios, sugeriu, é desafiar-se, é conciliar saúde e esporte, valorizar a família, a carreira e a vocação e dar lugar à cultura e ao lazer. O sucesso nas vendas depende também da persistência. De saber que em 15 nãos pode existir um sim. “O não de ontem é o sim de hoje”, orientou Gilclér. A visão sem ação, ressaltou, é sonho; a ação sem visão é passatempo e a visão mais ação, juntas, têm o poder de transformar o mundo.

“Vivemos essencialmente de resultados, por isso é imprescindível derrotar a obesidade cerebral, que é saber muito e executar pouco”. A educação deve ser muito mais valorizada do que o treinamento, porque a primeira está associada a princípios e isso não se aprende com a repetição. O consultor afirmou que nunca é tarde para mudar e que mentes grandes debatem ideias, medianas eventos e fatos, e pequenas, pessoas. “A humildade constrói o mundo”, afirmou Gilclér, para apontar a liderança servidora, aquela que além dos negócios dá atenção às pessoas, como um elemento indispensável às empresas.

Legenda

Gilclér Regina comandou a segunda das três palestras do Conexão Empresarial 2015

Voltar