uploaded picture

O dia 8 de março está longe de ser uma data qualquer ou uma marca temporal puramente simbólica. Essa data é uma espécie de memória viva de tudo o que a mulher precisou enfrentar ao longo da história para ser respeitada e valorizada.

São séculos de lutas, de manifestações, de protestos e dos mais diferentes tipos de mobilização, ao redor do mundo, para que a mulher pudesse ser ouvida e ter suas habilidades reconhecidas. E essa não tem sido uma jornada fácil. Nela se misturam coragem, lágrimas e sangue.


O 8 de março representa a obstinação e a resiliência da mulher. É uma data para comemorar conquistas consistentes, como de poder frequentar instituições de ensino, de votar, da busca pela igualdade de direitos entre mulheres e homens e de ocupar lugares cada vez mais dignos e importantes no mercado de trabalho e no comando de empresas e instituições. 

É também uma data para pensar sobre o que ainda precisa ser feito para reduzir a violência à qual muitas delas ainda são submetidas, para remunerações melhores e para que a mulher tenha, em todos os ambientes, condições iguais para se manifestar, produzir e, com isso, obter o devido retorno e reconhecimento.


O mundo empresarial se mostra, principalmente nos últimos 30 anos no Brasil, um campo fértil à mulher e às suas mais diferentes e apreciadas virtudes. A capacidade de empreender, de trabalhar e de organizar faz dela uma líder valorizada e que galga, gradativamente, posições profissionais e executivas mais altas e respeitadas.


A Associação Comercial e Industrial de Cascavel é um ambiente que estimula e busca a participação de empresárias dos mais diferentes setores. “Temos muitas mulheres empreendedoras na Acic, mas podemos e queremos muito mais”, diz Claudia Scholl Urio, vice-presidente para Assuntos da Mulher Empresária. 


Nos depoimentos a seguir, mulheres destacadas em suas áreas de atuação, e com papel importante no cotidiano da Acic, falam sobre essa data tão especial às mulheres e também aos homens de todo o mundo. Como diz Rafael Nolêto: “Uma mulher, quando reconhece sua força, se torna uma fonte inesgotável de inspiração”. Acompanhe:


--

“As mulheres são o pilar da casa, da empresa e da sociedade. Temos muitas mulheres empreendedoras na Acic, mas podemos e queremos ainda mais. A representatividade da mulher é essencial para fortalecer as empresárias. Na Acic, temos muitos produtos e serviços que facilitam o cotidiano das empresas e a vida dos empresários em geral, e que contribuem de forma particular para as mulheres empresárias. Convido a toda as mulheres empresárias e empreendedoras para conhecer e participar do fascinante mundo associativista empresarial”.


Claudia Scholl Urio

Vice-Presidente da Mulher Empresária da Acic

uploaded picture


“Quanto mais mulheres à frente dos negócios, na liderança de empresas e ocupando cargos políticos importantes, mais encorajamos outras mulheres a empreender. Antigamente, a mulher era somente mãe e esposa. Não se acreditava no potencial feminino. Mas é claro que para empreender e estar à frente dos negócios temos que buscar o conhecimento, a profissionalização, estar atentas às mudanças, almejando e buscando projetos. 

Hoje, diferente de décadas atrás, a informação e o conhecimento estão muito mais acessíveis. Exemplo disso é você, empresária, participar do Acic Mulher. Essa é uma experiência intensa, de aprendizado e de relacionamento. Participar do núcleo é abrir novos horizontes, fazer amizades e muito mais. A mulher de hoje é ainda mais forte, segura e determinada. Ela confia no seu potencial para enfrentar desafios e alcançar o sucesso”.


Rozeliane Tres Nardino

Vice-presidente da Acic para Assuntos das Microempresas

uploaded picture


“A mulher vem a cada dia ocupando maior participação junto à força produtiva. Isso já deixa clara a sua importância. Não existe diferença de quem está à frente dos negócios, seja homem ou mulher, ou de uma entidade nos dias de hoje. Esse é o grande desafio vencido. Estamos no mercado não com o objetivo de nos sobressair, mas sim de contribuir, somar para o desenvolvimento de nossa comunidade.

A participação na entidade de classe por mais desgastante que seja em alguns momentos é compensada pelo grande aprendizado que se adquire. Sempre digo: a Acic foi para mim uma grande escola. Sou muito grata. Incentivo a mulher a participar, a não ser omissa. Doe um tempo da sua vida para a entidade e ele jamais será esquecido”.


Susana Gasparovic Kasprzak

Presidente da Acic na gestão 2003/2005

uploaded picture

“A mulher, por meio de muita luta e uma construção histórica, vem buscando espaços em diversos lugares da sociedade que sempre lhes foram negados. Faz muito pouco tempo que a mulher conseguiu o direito de estudar. O voto, manifestação máxima do cidadão na democracia, é uma conquista muito nova também. Não faz nem cem anos que a mulher vota no Brasil. 

Não é diferente no mundo dos negócios. As mulheres, desde que conquistaram o direito a ter a sua própria empresa, vêm sendo referência. Várias pesquisas mostram que elas são menos negligentes com pagamento dos impostos, por exemplo. Além disso, muitas das líderes de empresas também são chefes de família, ou seja, precisam dar conta da gestão da empresa e da casa. 


A importância que isso tem é imensa, já que ganhar seu próprio dinheiro é gerir a própria liberdade. É não ser obrigada a sujeitar-se a tratamentos agressivos de companheiros, por exemplo, pois são donas do próprio negócio. 

O Núcleo Acic Mulher tem como missão apoiar e desenvolver o empreendedorismo feminino, e vem fazendo isso com muita força. Nós sempre trazemos para as nucleadas palestras, workshops, network, treinamentos e diversas outras atividades que buscam cumprir essa missão. Essa força vem também da união das empresárias que estão no núcleo. E estamos construindo gestão a gestão, meios para que essa missão seja cumprida sempre”.


Maria Carolina Gurgacz

Coordenadora do Acic Mulher

uploaded picture


“No Brasil, mais de 40% das mulheres empreendem por necessidade ou escassez de emprego. Creio que em Cascavel essa realidade não seja diferente. E isso diz muito sobre o tipo de negócio, geralmente prestação de serviços, comércio e ramo alimentício. Ainda se vê poucas mulheres em áreas como tecnologia e inovação. 


Despertar o empreendedorismo feminino passa por uma mudança cultural. É preciso “empoderar/encorajar” as meninas desde cedo, criar uma cultura inclusiva em todos os espaços e proporcionar formação. 

Entra aí o associativismo. Na Acic, o Núcleo Acic Mulher tem feito um belíssimo trabalho tanto para criar uma rede de relacionamento entre empresárias e profissionais liberais quanto para capacitar e fomentar o empreendedorismo feminino. 


É muito nítido para nós que, ao conectar mulheres, promovemos a liderança feminina e, dessa forma, impactamos não apenas seus negócios, mas suas comunidades. 

Quando impactamos positivamente uma mulher, impactamos todo um ecossistema, pois a mulher lidera e empreende de uma forma diferente. Ela não pensa na sua empresa como sendo somente sua. Ela pensa em algo mais amplo. Empreende fomentando outros negócios”.


Rejane Martins Pires

Jornalista e integrante do Acic Mulher

uploaded picture


“Apesar das mulheres ocuparem majoritariamente os espaços universitários, ainda há uma diferença significativa entre elas e os homens na liderança das organizações e na política. Discutir sobre o tema, em especial neste mês da mulher, é fundamental para que cada vez mais sintam-se empoderadas e apoiadas a assumir posições de protagonismo na sociedade. Essas desigualdades são históricas e culturais e somente com a criação de políticas públicas voltadas para promoção de mudanças que propiciem maior liberdade de escolha é que esse cenário vai mudar. Nesse sentido, vejo o quanto este  momento é oportuno para que líderes femininas estejam envolvidas em instituições como a Acic e coloquem outros pontos de vista sob debate. 


Quando o assunto é empreendedorismo, as mulheres atuam em um universo de atividades menos diversificado do que os homens e grande parte empreende por necessidade. No Paraná, 47% das mulheres que empreendem são chefes de domicílio. 


Jornadas duplas, cansativas e trabalhos não remunerados são alguns dos empecilhos para a emancipação econômica e social das mulheres e consequente ocupação do mercado de trabalho e de cargos de chefia, sugerindo assim a necessidade em empreender como forma de complementar a renda familiar ou até mesmo adquirir sua independência financeira. 


Esse cenário tem mudado gradativamente. Vemos muitas mulheres empreendendo por oportunidade e se destacando em atividades bastante distintas, assumindo cargos de liderança, mas ainda um número pouco expressivo. Dar sonoridade a esse movimento de mudança cultural é o papel de homens e mulheres que acreditam que a equidade precisa acontecer para que tenhamos um futuro mais igualitário”.

 

Elisangela Rosa

Consultora Sebrae

uploaded picture








08/03/2022 - Jean Paterno