A criação de uma entidade organizada,
que pudesse integrar algumas das principais forças e cérebros da cidade para
traçar planos estratégicos para o futuro era uma necessidade no fim da década
de 1950 em Cascavel. Os ciclos que tão abundantemente haviam conduzido a
economia e o crescimento da região nas décadas anteriores estavam dando seus
últimos suspiros. A erva-mate e a madeira precisariam dar passagem a uma
atividade nova e demandada pelo crescente mercado brasileiro. E a cidade
precisaria ser pensada em seu todo para que pudesse estar protegida de
potenciais oscilações e riscos à sua integridade.
Nesse cenário surgem a agricultura
mecanizada e a Acic, Associação Comercial e Industrial de Cascavel. Nos dois
casos, seus idealizadores jamais poderiam imaginar que elas chegariam tão longe
e contribuiriam tanto para promover mudanças tão substanciais na trajetória da
cidade e do seu entorno. A agricultura e as suas segmentações definiram os
contornos de uma economia sólida e pujante, enquanto que à associação comercial
coube a missão de defender os interesses da classe empresarial, de refletir e
de fazer com que o município pudesse se estruturar para dar suporte e vazão a
uma projetada onda de crescimento. E ela viria e seria surpreendente. Os
últimos 50 anos foram intensos e alçaram Cascavel e o Oeste ao status de
celeiro de um dos estados de maior produção primária do Brasil.
A Acic foi oficialmente criada em 4 de
abril de 1960. Cinquenta e um empresários, das mais variadas atividades
comerciais e produtivas, uniram forças para constituir uma entidade que
ampliasse e desse força e representatividade à voz do segmento. O primeiro
presidente foi Altamir Silva, a quem coube o papel de ajustar o leme e de colocar
a entidade na rota dos seus primeiros projetos e conquistas. As reivindicações
eram numerosas, da atração de escritórios de órgãos públicos que pudessem dar
mais autonomia à região, à pavimentação de rodovias e ao início da estruturação
de uma política de desenvolvimento industrial e empresarial. A união se
mostraria terreno fértil para que antigas reivindicações, apresentadas de forma
isolada e sem articulação, pudessem sair do papel.
Ao mesmo tempo em que pedia incentivos
à produção, linhas de crédito com taxas acessíveis e carga tributária
equilibrada, a Acic empunhou lutas da comunidade. E assim tem sido desde então.
Ao lado de outras entidades igualmente importantes e representativas, a
associação comercial buscou investimentos a obras rodoviárias, ferrovia, porto
seco, pontes, como a Ayrton Senna, em Guaíra, instituições de ensino, aeroporto
e inúmeras outras. Há muitos anos os empresários se unem contra a corrupção e
as suas consequências nas esferas públicas, como a insuficiência e a má
qualidade de serviços públicos. As reformas, e essa bandeira não é recente, são
o único caminho que poderá conduzir o Brasil à prosperidade.
Há consenso de que a burocracia e o
excesso de leis e de exigências travam o País. Leis obsoletas ainda regem
segmentos fundamentais da economia e geram incertezas e instabilidade entre os
que empreendem, geram oportunidades e distribuem renda e desenvolvimento. O
percurso da Acic foi ancorado no diálogo, na serenidade e no bom-senso. Por
isso, disputas pela sucessão praticamente inexistiram em quase seis décadas de
fundação. Embora ocorressem mudanças ao longo dos anos, o estatuto em vigência
determina mandato da diretoria de um ano com direito à reeleição por igual
período. O atual presidente, o empresário e engenheiro Michel Lopes, é o 46º na
linha sucessória do precursor Altamir Silva.
Grandes projetos surgiram na Acic e
hoje são referências em suas áreas. Um deles é a Caciopar, Coordenadoria das
Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná. Constituída em 3 de
abril de 1976, ela nasceu em Cascavel com a missão de integrar e de representar
as associações comerciais da região. O primeiro presidente foi o então titular
da Acic, o empresário Hylo Francisco Bresolin. Ela foi também a primeira a
investir em uma ideia que, no início, gerava mais dúvidas que certezas, o
Programa Empreender. A meta dele, a partir de projetos de sucesso na Europa, é
colocar concorrentes em uma mesma mesa e fazer com que trabalhem juntos pelo
fortalecimento de todo o segmento. O primeiro núcleo setorial do Estado, o
Moveleiro, foi criado na Acic em 1998.
Pouco depois, no segundo núcleo
setorial da entidade, o de Informática e Telecomunicações, de 1999, surgiu
outro projeto que virou referência, o Sicoob Credicapital. A cooperativa de
crédito conta hoje com cerca de 50 mil cooperados, o que faz dela uma das
maiores singulares do Sicoob Unicoob, central que integra um dos maiores e
pujantes sistemas cooperativistas de crédito do Brasil.
Desde junho de 2016, a associação
comercial está instalada no Edifício Rui Barbosa, na rua Pernambuco, em um
espaço físico de mais de quatro mil metros quadrados. Construído pelo Sistema
de Propósito Específico, o empreendimento virou marco à Acic e inspira outras
entidades a empregar o recurso para a construção de suas novas sedes
administrativas. De apenas 51, hoje a Acic representa um universo de 3,8 mil
empresas associadas. A grande maioria, cerca de 95% delas, são formadas por
microempreendedores individuais, micros e pequenas empresas. São 3,5% de médias
e 1,5% de grandes empresas.
Além de bem representar os interesses
da livre iniciativa, a Associação Comercial e Industrial de Cascavel conta com
um extenso leque de produtos e serviços oferecidos aos seus associados.
Constantemente aprimorados, eles buscam criar facilidades às empresas, aos
diretores, colaboradores e familiares. Com 61 anos mas com o fôlego de um jovem
de 18, a Acic se reinventa e se consolida como a casa do empresário de
Cascavel.
Crédito: Assessoria.
05/04/2021 - Assessoria