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Entidades elaboram carta de apoio a HU

O Hospital Universitário (HU) de Cascavel é uma das maiores e mais importantes estruturas de saúde pública do Estado e vital para o atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de 91 municípios das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, que somam quase 2 milhões de pessoas.
Apesar da escassez de recursos, o HU se transformou em referência em várias áreas médicas e conseguiu, através de parcerias diversas, reunir equipamentos de última geração e que fazem, por exemplo, do seu Pronto-Socorro o melhor e mais amplo entre os hospitais em funcionamento no município – com exceção dele, os demais são privados.
O HU acumulou uma dívida de R$ 2,9 milhões de 2003 para cá e corre o risco de fechar as portas, porque perdeu crédito com os fornecedores. O fechamento é uma possibilidade considerada absurda por lideranças e entidades de classe de Cascavel e dos outros 90 municípios dependentes dessa estrutura pública de atendimento. O HU de Cascavel adquiriu dimensão tão grande no contexto da saúde pública do Estado, que sua desativação colocaria em risco toda a estrutura em funcionamento no Paraná.
A comunidade das regiões Oeste e Sudoeste reconhecem a importância dessa estrutura e confia na sensibilidade do governo estadual para a busca de uma solução definitiva para o problema. A crise financeira do HU não é recente. O problema já existia quando o atual diretor do hospital e o reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a qual o Hospital Universitário está integrado, assumiram suas funções.
Simultaneamente às audiências com diretores e secretários de Estado, nas quais o problema era apresentado e eram cobradas soluções, as direções do HU e da Unioeste criaram formas de reduzir despesas, na tentativa de honrar parte dos compromissos anteriormente assumidos.
A redução de custos conseguida nos últimos 6 meses chega a 25% e a expectativa é de atingir 40%, mas, mesmo assim, sem a colaboração do Estado, a crise continua. O gasto médio mensal na gestão anterior do HU era de R$ 966 mil. Agora, é de R$ 779 mil.
O Cisop, consórcio formado por 25 municípios da região, arca com boa parte das despesas do hospital, principalmente no que se refere à folha de pagamentos. O HU tem 138 plantonistas e, destes, 137 são pagos com recursos do Cisop. O Governo do Estado mantém apenas 1 plantonista. A crise financeira do hospital é agravada pela retenção de cerca de 1/3 do repasse mensal que cabe ao Estado fazer.
Além disso, há R$ 500 mil em faturas de 2003 retidas em Curitiba, bem como outros R$ 300 mil de um convênio firmado pela Unioeste com as secretarias da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Saúde. Ele prevê o repasse mensal de R$ 100 mil, porém nenhuma parcela, de janeiro para cá, foi depositada.
Há poucos anos, quando o HU ainda era denominado Hospital Regional, apenas 104 leitos estavam à disposição da comunidade e o valor mensal repassado pelo governo era de R$ 260 mil, contra os R$ 166 mil mensais atualmente liberados pelo Estado. Em vez de 104, agora 165 leitos estão em funcionamento.
A proposta apresentada pela reitoria da Unioeste e pela direção do HU, em audiência com representantes do governo em Curitiba, é entendida como justa e coerente pelas entidades de classe e pela comunidade das regiões Oeste e Sudoeste do estado. O que se quer é que o governo repasse R$ 240 mil a mais por mês (R$ 160 mil para custeio e R$ 80 mil para pagamento de plantões de médicos docentes).
Trata-se de uma quantia insignificante, diante da importância do HU e, principalmente, frente à receita proporcionada pelas regiões Oeste e Sudoeste ao Paraná. Com esse repasse adicional, em 1 ano as finanças do HU estariam saneadas e a responsabilidade hoje depositada sobre o Cisop seria direcionada ao SUS.
As lideranças e entidades de classe de Cascavel tiveram acesso aos números e conhecem bem a realidade do HU. Elas também sabem da diferença do tratamento oferecido ao Oeste e ao Sudoeste, em comparação, por exemplo, com a região Norte do Estado.
Enquanto um acadêmico da Unioeste custa R$ 4 mil ao Estado por ano, um aluno da Universidade Estadual de Londrina custa pelo menos quatro vezes mais. A projeção de receita do Governo do Estado aos HU´s também mostra o tamanho dessa distorção. Enquanto a previsão é de liberar R$ 6 milhões ao HU de Cascavel, o HU de Londrina deverá receber R$ 33,6 milhões e o de Maringá R$ 12,8 milhões (gráfico em anexo).
A situação é ainda mais grave quando se constata que tanto Maringá quanto Londrina têm outros hospitais públicos conveniados ao SUS. Cascavel só tem o HU. A comunidade do Oeste e do Sudoeste quer que a crise financeira de seu HU não seja o fim, mas o começo de uma nova era para uma estrutura que faz parte da história e é motivo de orgulho não só para os moradores dessas regiões, mas de todo o Paraná.
As lideranças, as entidades e a população confiam no bom senso do governador Roberto Requião e de toda a sua equipe de governo e acreditam que o interesse de todos é o bem-comum dos paranaenses. O Hospital Universitário de Cascavel é um patrimônio de todos nós e precisa ser preservado e fortalecido.
Cascavel, 5 de março de 2004.
Prefeitura de Cascavel
Câmara Municipal de Cascavel
Associação dos Municípios do Oeste do Paraná
Associação Comercial e Industrial de Cascavel
Associação das Micros e Pequenas Empresas
Câmara dos Dirigentes Lojistas
Companhia Cascavelense de Transporte e Tráfego
Conselho Comunitário de Segurança de Cascavel
Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região
Sindicato das Farmácias
Sindicato dos Empregados do Comércio de Cascavel
Sindicato dos Contabilistas de Cascavel
Sindicato Rural Patronal
Pacto por Cascavel
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Oeste do Paraná
Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel
Ordem dos Advogados do Brasil
Loja Maçônica Universitária
Associação do Joalheiros Óticos do Oeste do Paraná
Sindicato dos Corretores de Seguro
Sindicato da Habitação e das Imobiliárias de Cascavel
Sociedade Rural do Oeste
(assinaturas disponíveis em arquivo)
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