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ACIC: núcleos setoriais viram estudo científico

A organização de empresários de um mesmo ramo em núcleos setoriais inspirou a economista Olga Tschá, 33, a transformar a experiência em um estudo científico. A monografia “Formas de cooperação empresarial: um estudo de caso sobre os núcleos setoriais da ACIC” consumiu três meses de pesquisa, tabulação de dados e redação. A orientação foi feita pela professora da pós-graduação de Economia Empresarial da Unioeste, Mariângela Pieruccini.
A evolução das empresas integradas a partir de uma forma alternativa de associativismo motivou a pesquisa, de acordo com Olga. “Percebi a mudança de comportamento e de atitude dos empresários depois de se envolver com os núcleos. Embora atuem em um mesmo ramo econômico, eles perceberam que têm necessidades e problemas comuns e que a união é o caminho mais indicado para o fortalecimento do setor”. A maior parte dos integrantes é formada por empresas de mini e pequeno portes.
Os núcleos setoriais contribuem também para desenvolver o aspecto humano e profissional de cada empresário, revela a pesquisa. “São antigos concorrentes que passam a trabalhar movidos por ideais comuns, como a busca por novas tecnologias, por qualificação do seu quadro de colaboradores e até por negociações conjuntas com grandes fornecedores. E os resultados são surpreendentes”, segundo Olga. A ACIC foi a primeira entidade da classe empresarial do Paraná a implantar os núcleos setoriais, em 1998, através de uma parceria com o Sebrae.
Fenômeno
O resultado mais importante do trabalho, conforme Olga, foi constatar o surgimento de um fenômeno social e econômico, no qual as pequenas empresas passam a competir em igualdade de condições com as médias e grandes. E com isso, elas passam a conquistar novos mercados, muitos deles em que teriam dificuldades de entrar caso continuassem a trabalhar de forma isolada.
Das 174 empresas integradas aos 13 núcleos setoriais da ACIC, 63% são prestadoras de serviços, 27% atuam em ramos comerciais e 10% são indústrias. O primeiro núcleo, o moveleiro, foi criado em 98, mas o maior índice de crescimento aconteceu em 2003, com aumento de 45% em comparação com 2002. A quantidade de empresas inscritas em 2003 cresceu 57%. A pesquisa de Olga mostra outro dado interessante: 86% desses empresários têm o segundo ou o terceiro grau completos.
“As pessoas que estão se unindo têm bom nível de instrução e visão para entender a união como saída para parte dos seus problemas”, comenta a pós-graduada. Oitenta e um por cento das empresas dos núcleos têm até nove funcionários cada e 72% dos empresários consideram o desempenho desse modelo de associativismo como bom ou ótimo. Para 75%, os núcleos setoriais têm sido importantes para o crescimento da empresa e 72% constataram melhorias nos seus serviços e produtos depois de sua integração aos núcleos.
O próximo desafio dos núcleos setoriais da ACIC é consolidar compras e negociações conjuntas entre as empresas. A presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel, Susana Gasparovic Kasprzak, considera o estudo como um marco para o Projeto Empreender. “Eles mostram a viabilidade e a importância desse sistema de cooperação empresarial”, afirma ela. Olga entende que quanto mais rápido as empresas perceberem os benefícios dos núcleos setoriais, maior será o crescimento desses segmentos e da economia do município. A íntegra da pesquisa pode ser acessada no site da ACIC, no endereço www.acicvel.com.br - há um link específico.
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