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Lideranças vão entregar pedidos a Requião

Uma comitiva formada por lideranças da sociedade organizada e por políticos que representam a cidade e a região vão entregar pessoalmente ao governador Roberto Requião a Carta Aberta por Mais Segurança em Cascavel, um documento com os pedidos considerados urgentes e formulados com o apoio de cerca de 40 entidades locais. A discussão foi o tema central da primeira reunião da Acic no ano, na noite de quinta-feira.
O deputado Nereu Moura, primeiro secretário da Assembléia Legislativa Estadual, assumiu o compromisso de agendar uma audiência da comitiva com o governador e com os secretários da Segurança, Luiz Fernando Delazari, e da Justiça, Aldo Parzianello. A finalização do documento está agendada para a noite de terça-feira. A presidente da Acic, Susana Gasparovic Kasprzak, informa que as entidades demonstram com esse gesto seu interesse em ver contempladas as solicitações, muitas delas antigas, consideradas indispensáveis para reduzir a criminalidade.
“A sociedade organizada de Cascavel quer, além de pagar uma elevada carga tributária, doar seu tempo para indicar sugestões e cabe agora às autoridades atendê-las”, diz Susana. O empresário José Polasek, representante da Acic no Conselho Comunitário de Segurança de Cascavel, apresentou dados comparativos do efetivo, equipamentos e estrutura colocados à disposição das polícias Civil e Militar. O município de Maringá, por ter população próxima da de Cascavel, foi usado como parâmetro. Os números são parecidos, mas mesmo com 30 mil habitantes a mais, Maringá tem índices sensivelmente melhores, segundo Polasek.
O presidente do Conseg, Paulo Reneu Simões dos Santos, apresentou uma estatística com números da criminalidade no município nos últimos três anos. Embora o volume de ocorrências tenha caído em 2003, segundo a PM, há algumas modalidades de crime em ascensão, como o furto de automóveis, os latrocínios, os assaltos a propriedades rurais e os seqüestros-relâmpago. Os arrombamentos ao comércio cresceram nos últimos três anos (408 em 2001, 485 em 2002 e 650 em 2003 – e o furto a veículos também (foram 544 em 2003 contra 418 do ano anterior).
Seguros
O clima de insegurança contribui para aumentar o preço do seguro de alguns de tipos de apólice em Cascavel, informou o vice-presidente de Serviços da Acic e representante do Núcleo de Corretores de Seguros, Valdinei Antônio da Silva. O preço do seguro de um automóvel em Toledo chega a ser 25% inferior ao de Cascavel. E para caminhonetes avaliadas em mais de R$ 150 mil, o valor chega até a 15% do valor do bem e mesmo assim é difícil conseguir empresa aceitando segurar esse tipo veículo. A situação tem estimulado até o fechamento de corretoras na cidade.
Marcos Roberto Teixeira, do Núcleo Setorial das Concessionárias, informou que os negócios em revendas de caminhonetes, por exemplo, têm sido retraídos em função do acréscimo do furto desse tipo de veículo. “A preocupação não é unicamente com a perda material, mas com o risco de morte presente nesse tipo de crime”. O presidente do Sindicato Rural Patronal, Nelson Menegatti, falou que a insegurança também atinge a zona rural e o presidente do Recanto Tropical, Eugênio Rozzetti, falou de uma parceria com a Polícia Militar que faz do bairro um dos menos violento de Cascavel.
Retranca 1
Encontro terça discute e aprova sugestões
O encontro da quinta-feira rendeu diversas sugestões que voltam a ser discutidas em reunião de representantes de entidades organizadas na noite de terça-feira na Acic. A idéia desse novo encontro é de analisar e apresentar novos pedidos que poderão ser incluídos na Carta Aberta por Mais Segurança em Cascavel, que será entregue pessoalmente por lideranças de Cascavel em audiência agendada pelo deputado Nereu Moura com o governador e com os secretários da Segurança e da Justiça.
Entre as sugestões já apresentadas estão: a imediata construção da Casa de Custódia, ampliação do efetivo das polícias Civil e Militar, repasse de mais viaturas e de equipamentos às polícias, investimentos em ações de prevenção à criminalidade e em programas para divulgar cuidados para dificultar a ação de criminosos, reivindicar à Justiça ainda mais rigor antes de liberar detentos e a ampliação do 161, sistema de denúncias criado em Cascavel, para todo o Estado.
E mais: firmar uma parceria com a Unioeste para apurar dados estatísticos sobre segurança, sugerir a criação de plano de cargos e salários para valorizar e motivar a polícia, a elaboração de projetos para envolver adolescentes carentes em cursos e atividades educativas e profissionalizantes no contraturno escolar. Todos essas propostas voltam a ser debatidas e outras poderão ser apresentadas na terça para finalizar o documento dirigido às autoridades do Estado, informa a presidente da Acic, Susana Gasparovic Kasprzak.
Retranca 2
Autoridades parabenizam iniciativa da Acic
A decisão da Acic de dedicar sua primeira reunião empresarial do ano ao tema segurança foi elogiada pelas lideranças policiais e políticas presentes ao encontro. “O interesse de todos é buscar alternativas para reduzir o crime e essa não é uma responsabilidade unicamente da polícia, mas de toda a comunidade e o exemplo dessa unidade acaba de ser renovado nesse encontro”, citou o subcomandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, major Celso Luiz Borges.
O delegado da Polícia Civil, Tadeu Bello, disse que o minipresídio de Cascavel bate sucessivos recordes de superlotação e lembrou que a construção da Casa de Custódia permitiria colocar no trabalho externo policiais hoje escalados para vigiar presos. Ele também ressaltou a importância da participação ativa da comunidade para discutir e encontrar novas alternativas para o setor de segurança.
O deputado estadual Nereu Moura informou que a reestruturação da polícia é compromisso do governo de Roberto Requião. Porém, reconheceu, a cobrança popular é fundamental para acelerar e ampliar o volume de investimentos na área. O prefeito Edgar Bueno reconheceu que a estrutura de segurança disponível em Cascavel está abaixo da necessidade e que a prefeitura investe cerca de R$ 1 milhão por ano em uma área que não é de sua responsabilidade.
Fundamental
Para o presidente da Câmara de Vereadores, Juarez Berté, o envolvimento popular é fundamental para criar meios de melhorar a segurança pública de forma contínua. A mesma visão é compartilhada pelo presidente da Amic, Othmar Rempel. O empresário Júlio Taube lamentou o fato de a qualidade no Brasil estar ligada à iniciativa privada, a exemplo da saúde e da educação, e teme a possibilidade de a segurança também vir a ser privatizada. Bernadete Belorini, representante do Conselho Tutelar/Oeste, informou que é preciso inverter uma prioridade: da inclusão para a prevenção.
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