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Projeto Pescar é um exemplo de cidadania

Criado em 1976 pelo empresário gaúcho Geraldo Tollens Linck, o Projeto Pescar surge como uma alternativa para reduzir o passivo social brasileiro. Mais de sete mil crianças e adolescentes têm a chance de participar de uma ação que evidencia o interesse de empresários que, além de empregos e divisas, querem contribuir para diminuir os níveis de pobreza no País. O bioquímico Álvaro Largura apresentou detalhes do programa quinta-feira à noite, durante reunião empresarial da ACIC.
O Projeto Pescar busca a inclusão social a partir da formação de escolas junto a empresas que aderem à idéia. A concepção de que culpar o governo pelos problemas econômicos e sociais brasileiros daria muito menos resultado que a busca de outras formas de contribuir foi decisiva para que Tollens criasse o projeto, segundo Álvaro. “Cascavel e a região Oeste do Estado têm tudo para virar uma referência nacional neste campo, mas para isso precisamos da ajuda de todos, especialmente da imprensa”, diz.
O termo contaminação é associado ao processo de disseminação do projeto, hoje já considerado com um exemplo bem sucedido de inclusão social. A missão do projeto é oferecer ferramentas para o desenvolvimento de potencialidades de crianças e adolescentes, cobrando freqüência à escola e abrindo a oportunidade de capacitação e de uma chance aos mais velhos de conseguirem uma ocupação como aprendizes no mercado de trabalho. A rede de escolas funciona como uma franquia social e as atividades são realizadas no contraturno.
A fundação que administra o projeto participa disponibilizando de guia de ações, com o repasse de material e apoio pedagógico e com a divulgação dos trabalhos e resultados alcançados pelos parceiros. O Paraná já é o segundo Estado brasileiro em número de empresas participantes, cinco, atrás apenas do Rio Grande do Sul, onde nasceu a idéia, que possui 37. Juntas, as mais de 60 escolas do gênero no País formam cerca de 1.270 alunos por ano. Dos sete mil já formados, 70% estão empregados. O Laboratório Bioclínico Álvaro é a primeira empresa de Cascavel integrada à parceria e conta com uma turma de 19 alunos.
A finalidade central do projeto não é a correção dos jovens, mas oferecer instrumentos de crescimento pessoal e profissional àqueles realmente interessados em aproveitar a oportunidade e se incluírem socialmente. O Laboratório Bioclínico Álvaro trabalha com adolescentes na faixa etária de 15 a 18 anos, que estão sendo preparados para atuar como auxiliares administrativos. A primeira turma vai se formar em dezembro e 63% dos alunos já estão trabalhando e ganhando o seu dinheiro.
Os trabalhos acontecem com o suporte do coordenador Márcio Bertuol, que também pretende atuar com as famílias, a fim combater o possível surgimento de vácuos de informação e relacionamento entre pais e filhos. A escola mantida pelo Laboratório Bioclínico Álvaro conta com a parceria de outros empresários, de profissionais liberais e de diversos colaboradores. No curso, os alunos recebem informações sobre técnicas administrativas, informática, religião, artesanato e inglês, entre outras disciplinas. Eles têm acesso a refeições, transporte e até a seguro de vida.
Exemplo
A presidente da ACIC, Susana Gasparovic Kasprzak, citou o bioquímico Álvaro Largura como um exemplo de perseverança, dedicação e um apaixonado por tudo o que faz, o que ajuda, segundo ela, a explicar o sucesso de suas ações. O empresário Hylo Bresolin, presidente do Cemic, disse que o gesto do Laboratório Bioclínico Álvaro é dos mais nobres e certamente “contaminará” outras empresas. “Quando elas assumem o seu papel social, contribuem para transformar a sua cidade, seu país e o mundo em um lugar ainda melhor”, afirmou Hylo.
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