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Sucessão, conflitos e como evitar a quebradeira de empresas

O desconhecimento de muitos com o assunto, a resistência dos fundadores e o conflito de gerações estão no topo das causas de um índice avassalador no mundo dos negócios. Estatísticas mundiais apontam que 90% das empresas quebram antes de alcançar a terceira geração. O tema tem sido tão estudado nas últimas décadas que especialistas desenvolveram um passo a passo que tem se mostrado eficiente para enfrentar esse desfecho fatal às empresas e, muitas vezes, de rompimentos irreversíveis nas famílias.

Sucessão e governança familiar voltou, nesta semana, à pauta dos encontros empresariais da Acic, em reunião híbrida – presencial e on-line transmitida pelos canais de mídias sociais da entidade. O assunto foi apresentado pela administradora, mestre em Cooperação Internacional e professora convidada da Dom Cabral, Cecília Escobar Pires Lodi. O gerente comercial da J. Valério/Fundação Dom Cabral e presidente do Conselho de Comércio da Acim, de Maringá, Petrojan Neves, também contribuiu com o aprofundamento do assunto, que se torna cada vez mais debatido e obrigatório nas empresas dos mais diferentes portes.

Cecília desenhou o mapa da história da sucessão familiar no Brasil, assunto que teve o pai dela como pioneiro. Um dos grandes desafios é a longevidade dos negócios familiares, destacou a professora, justamente em razão de a empresa ser um organismo vivo que, como tudo, tem seu tempo de validade. Mas muitas histórias que poderiam ter sucesso por séculos acabam abreviadas devido aos mais divergentes interesses. Ela destacou que grandes conglomerados, por exemplo, costumam nascer do sonho de um fundador, uma espécie de monarca disposto a qualquer sacrifício para a manutenção dos negócios.

Com a chegada dos filhos, que tiveram condições de vida melhores que os pais, estudaram fora e trazem novas experiências na bagagem, os conflitos têm início. Nessa fase, 70% das empresas de viés familiar encontram a ruína. As que sobrevivem à crise de liderança terão outras provas de fogo pela frente, como a crise da remuneração. À medida que os herdeiros chegam, e quando isso entra na terceira geração, explicou Cecília, valores fundamentais que mantinham o negócio são abandonados, como a identificação emocional com a história da empresa. Com sede de poder e cobiça, os interesses são múltiplos e os conflitos inevitáveis.

Caminhos

Caso nada seja feito para estancar os efeitos das consequências dessas rupturas, então boa parte das empresas que restaram encontram o seu fim. Existe, em muitas situações, o entendimento da família de que o negócio que a sustenta há anos vai durar para sempre. E esse é um grande equívoco, informou a professora da Dom Cabral. Um dos aliados para evitar o pior é, com serenidade, restabelecer o diálogo e buscar ao longo dos anos alinhamentos estratégicos fundamentais.

A professora Cecília citou alguns passos que se mostram eficientes para que a sucessão familiar ocorra sem traumas e a empresa tenha mais chances de seguir. São eles: planejamento patrimonial (para ter segurança financeira), acordo societário (para harmonia na conduta da família perante a empresa), criação de um conselho de administração, holdings, desenvolvimento de empreendedores (com foco na visão de futuro) e elaboração do planejamento estratégico. “Esse é um assunto em forte debate e com os passos certos é possível vencer os desafios que quebram empresas e até separam famílias”, observa o presidente da Acic, Genesio Pegoraro.

Legenda: A reunião híbrida que tratou sobre tema que desperta atenção de muitas empresas

Crédito: Assessoria

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